domingo, 8 de maio de 2011

Tomada de Posse

Tomada de Posse,

Estimados colegas, ilustres convidados

Não tenho palavras para descrever o meu estado interior, mas não posso deixar de dizer obrigado, obrigado pelo interesse manifestado nas eleições, obrigado pela confiança depositada na Lista U. No passado dia 09, a Faculdade de Direito de Lisboa acordou com um grito. Não digo grito do “Ipiranga”, mas o grito vivo e consciente de que os Estudantes Africanos estão presentes na Faculdade e querem um Nea activo e presente, no qual se sintam identificados, representados e acima de tudo, possam dar um pouco da sua pessoa ao Núcleo, porque o Núcleo são as pessoas que fazem o Núcleo. Colegas, o Núcleo somos nós.

Quando entrei na Faculdade, enquanto caloiro, das muitas angústias que tive, e desabafava com os colegas mais próximos, os Estudantes africanos não eram unidos, ou se o eram, tal não era visível. Apenas tive conhecimento do Nea quando fomos interpelados no atrium da Faculdade para exercer o direito de voto, e nunca mais, pelo menos da minha parte tive novidades do NEA. Não é este o Nea que eu desejo, nem quero deixar aos próximos estudantes que hão de ingressar na Faculdade. Conversávamos e ambicionávamos com um certo tom de nostalgia por um Nea que nos acolhesse e estendesse as mãos.

Confesso que nunca vi as ditas mãos. Dois anos depois, quando já desenvencilhava sozinho nas lides académicas, fui convidado para fazer parte do Núcleo de Estudantes Africanos, e não hesitei, com um categórico sim, em dar o meu contributo para inverter o paradigma então instalado.

Encetamos a nova fase com sacrifício e dedicação. Muitas pessoas podem dizer que nada foi feito, mas pelo contrário, muito foi feito. Quem esteve por dentro, sabe bem o que encontrou, fez e deixou para os seus sucessores no NEAFDL. O trabalho simplesmente não foi concluído, e é aqui que entra a Lista U.

Tal como alguém disse em tempos, o programa da direcção anterior foi um projecto de pessoas, em que a principal missão, era de facto unir as pessoas. Este também é um projecto de pessoas, em que a pessoa, na sua particular individualidade revela-se na” pedra angular” da nossa organização, mas com a particularidade de não ser dependente de certas pessoas, ou seja, este é um projecto de longo prazo, em que cada pessoa que passa pelo NEA encare o Nea como seu também e que nunca ninguém perca o interesse pela nobre causa que é o NEA, pelo motivo de alguém já não se encontrar no Nea. A alegria de qualquer estudante que passa pelo NEA, é ver o mesmo amor que ele nutre pelo Nea, rasgado no coração e repleto na cara de todo o Estudante Africano da FDL, pois aí terá consciência que o esforço e sacrifício que ele teve não foi em vão, terá consciência tranquila que o Nea estará em boas mãos, e que os novos tudo farão para continuar e levar a bom porto o trabalho por ele deixado.

Alguém também criticou, construtivamente creio eu, a direcção anterior e questionou se o programa da Lista U não será demasiado utópico ou talvez irrealizável antes de se quer ter sido posto em prática. Acreditar em tal, é atestar algo que os Estudantes Africanos não são. Bem pelo contrário o programa é realizável, com a colaboração, empenho e dedicação de todos. Seria demasiado ingénuo da minha parte, dizer que conseguimos cumprir as metas traçadas da noite para dia, mas temos que trabalhar, ajudar nos mutuamente uns aos outros e ter a plena convicção de que tentamos tudo para cumprir o programa. Se algo ficar por fazer, que os estudantes saibam que tentamos tudo para honrar os compromissos assumidos e passar o testemunho de cabeça erguida.

A lista U, tem como principal objectivo, trazer o máximo número de estudantes ao NEA, que se interessem e abracem a causa, porque o NEA, é de todos nós e não de certas e determinadas pessoas (adaptando uma música, o NEA é palco e nós todos somos actores, ajeitem-se para que todos possamos caber), nem um grupo restrito de estudantes. O NEA vai fazer tudo nesse sentido, estenderá as mãos que antes não foram estendidas, mas tal só será exequível se os estudantes se interessarem, participarem, derem também a mão, porque quem estiver a trabalhar, sentirá que existe correspondência da outra parte, saberá quais os problemas que a tem afligido e ficará ainda mais legitimado para contribuir por um Nea, melhor que solucione os reais problemas dos estudantes.

Uma das metas a alcançar, é a afirmação do Nea , dentro e fora da Faculdade, nas mais diversas formas, em que teremos um papel fundamental na consciencialização da importância da existência de Núcleos de Estudantes Africanos, activos, que não se confinem aos respectivos núcleos, mas que se fortaleçam e colaborem da defesa dos interesses dos alunos, não só africanos ou afro descendentes ,mas dos estudantes em geral, porque antes de tudo somos Estudantes. Neste sentido, será fundamental a colaboração com as mais diversas instituições, desde a aafdl, passando pela Faculdade Direito Lisboa, até outros organismos.

Uma última palavra, para os membros da Lista U, que aceitaram este desafio de deixar ás gerações vindouras um Nea melhor do que encontraram, apelo à vossa confiança, para seguir em frente, mesmo que as coisas não corram como planeado, peço espírito de entreajuda para enfrentar os problemas que se avizinham, respeito mutuo entre todos os membros do Nea, amizade entre todos, compreensão e prudência nas atitudes pois cada atitude tomada, deve ser reflectida para não pôr em causa o objectivo por todos nós almejado.

Que daqui a um ano, na hora de passar o testemunho, cada um pense para consigo próprio, “COMBATI O BOM COMBATE, TERMINEI A CORRIDA, PERMANECI FIEL”

Por um Nea melhor

Lesses Cardoso

14/12/2010

NÚCLEO DE ESTUDANTES AFRICANOS